quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Exercitando velocidade. Resuma em dez linhas, num só parágrafo. Marque no canto da redação o tempo que levou , escrevendo.

Consumidores estão mais prudentes ao que parece

12 de novembro de 2013 | 2h 12

O Estado de S.Paulo
Os indicadores dos últimos dias sobre a disposição de poupar ou quitar dívidas, reduzir a inadimplência e aplicar recursos em fundos de previdência ou cadernetas mostram consumidores agindo com mais responsabilidade. Parecem entender, em reação ao noticiário econômico, que é melhor precaver-se contra o risco de que se agravem os desequilíbrios a partir de 2014, obrigando as autoridades monetárias a adotar uma política dura de contenção, seja no que se refere ao controle da inflação ou do reequilíbrio das contas externas, com repercussões sobre a oferta de empregos e a preservação da renda dos trabalhadores.
Na quinta-feira, pesquisa do Ipsos em conjunto com a Associação Comercial de São Paulo mostrou que 24,5% da renda decorrente da primeira parcela do 13.º salário será usada para quitar dívidas - porcentual inferior ao de outros anos. Mas isso se deve à queda no nível de dívidas em atraso, evidenciada nas estatísticas sobre a inadimplência. Esta caiu de 5,5%, em outubro de 2012, para 5,1%, no mês passado, segundo o Ipsos. Os devedores renegociam as dívidas, pagam menos do que lhes era cobrado e usam o que sobra para depositar em caderneta de poupança. Esta captou R$ 4,5 bilhões líquidos, em outubro, e R$ 53,4 bilhões, entre janeiro e outubro, mais do que em todo o ano passado.
Em setembro, ingressaram R$ 4,5 bilhões na previdência privada, segundo a Fenaprevi, com 61 seguradoras e 13 entidades de previdência complementar. Entre janeiro e setembro, o ingresso bruto foi de R$ 53,3 bilhões. As pessoas voltam a poupar a longo prazo, embora a rentabilidade dos títulos públicos tenha sido, em 2013, a pior da história.
O comportamento mais responsável dos consumidores não acarreta imediata diminuição do endividamento como um todo. Pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo indica que 54,4% das famílias paulistanas estavam endividadas, um aumento de 1,8 ponto porcentual em relação a setembro. Mas, como sugere, a queda da inadimplência cedeu - trata-se de endividamento mais criterioso ou de menor custo, por exemplo, no crédito consignado.
A cautela dos consumidores se baseia no fato concreto das dificuldades das micro e pequenas empresas (em geral abertas por trabalhadores que deixam seu emprego) com a alta dos juros - e na incerteza decorrente da política econômica. Evitar o crédito fácil e subsidiado é o caminho mais prudente.

resumir em um parágrafo de 10 linhas

Abismo social nas cidades

10 de novembro de 2013 | 2h 07

O Estado de S.Paulo
Pelo menos até 2010, a melhoria das condições de vida dos brasileiros mostrada em estatísticas de renda, emprego e condições de moradia não havia chegado às favelas. Persistia um grande abismo social entre os moradores das favelas e os das demais regiões das cidades em que elas estão instaladas. Eram 11,4 milhões de pessoas vivendo em 3,2milhões de domicílios particulares precários, que não obedecem aos padrões e às exigências do planejamento urbano, de acordo com pesquisa que acaba de ser divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo Demográfico de 2010.
Existem no País 6.329 aglomerados subnormais, denominação que o IBGE utiliza para se referir a assentamentos urbanos irregularidades, com pelo menos 51 unidades habitacionais, como favelas, terrenos invadidos, vilas, mocambos ou palafitas. Esses aglomerados estão instalados em 323 municípios, predominantemente nas Regiões Sudeste e Nordeste. A maior parte da população que ocupa esse tipo de habitação vive nas regiões metropolitanas.
A Grande São Paulo tem 596,5 mil habitações precárias, onde moram 2,16 milhões de pessoas. Destas, cerca de dois terços vivem na capital. Guarulhos abriga 10,7% da população que vive em favelas na Grande São Paulo, seguindo-se Santo André e São Bernardo do Campos (cada um com 8% do total) e Osasco (3,9%).
Além de viverem em condições piores, os moradores das favelas ganham menos, têm nível de instrução menor e estão mais sujeitos ao trabalho informal, com menos garantias e com remuneração menor, do que os demais habitantes das cidades. Bens que caracterizam a vida moderna, como eletrodomésticos, computadores com acesso à internet e automóveis são menos presentes nas favelas do que nas demais áreas.
A informalidade no mercado de trabalho caiu nos últimos anos - como comprova o aumento mais rápido da arrecadação de contribuições sociais vinculadas ao trabalho formal do que o crescimento da renda média dos trabalhadores -, mas caiu menos entre os habitantes da favela. Entre estes, 27,8% dos trabalhadores não tinham carteira assinada, índice que cai para 20,5% entre os trabalhadores de outras áreas da cidade.
A disparidade de renda entre os moradores das favelas e os demais habitantes é ainda mais ampla. Enquanto 31,6% dos moradores dos aglomerados subnormais tinham rendimento domiciliar per capita de até meio salário mínimo, nas demais áreas da cidade o porcentual se reduzia para 13,8%.
Também o acesso à educação mostra a diferença entre as condições dos moradores das favelas e as dos demais habitantes. Enquanto 14,7% dos moradores de habitações regulares tinham concluído o ensino superior, entre os moradores dos aglomerados subnormais o índice era de apenas 1,6%.
Em geral, os moradores das favelas gastavam o mesmo tempo que os demais moradores das cidades no deslocamento entre a residência e o trabalho. Entre os primeiros, 19,7% gastavam mais de uma hora diariamente no deslocamento para o trabalho; para os demais, o índice era de 19%, praticamente o mesmo. Curiosamente, no Rio de Janeiro, 21,6% da população dos aglomerados levava mais de uma hora para chegar ao trabalho, enquanto nas outras áreas a proporção era de 26,3%. No Rio, com a ocupação de encostas ao longo da cidade, os moradores puderam se instalar perto de seu local de trabalho.
Já em São Paulo, onde a ocupação irregular ocorreu em áreas mais distantes do centro, a proporção se inverte. Os conhecidos problemas de deslocamento na cidade prejudicam todos, mas afetam mais os moradores dos aglomerados, dos quais 37,0% gastavam mais de uma hora para ir ao trabalho, porcentagem que se reduzia para 30% entre os demais habitantes da cidade.
A persistência de um grande número de pessoas que vivem em condições precárias e enfrentando mais dificuldades que os demais cidadãos mostra que as políticas públicas para essa faixa da população não têm produzido resultados na velocidade necessária para aliviar o sofrimento delas.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Santa Maria, a cultura da negligência

CUIDADO COM ESTE TEXTO! É PRECISO LER TUDO, MAS , NA ESCRITA, FAÇA UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO. ELA NÃO ESTÁ NA COLETÂNEA, MAS , DO JEITO QUE COLOQUEI TUDO, PODE-SE DEPREENDER A TAL PROPOSTA.

TEXTO 1
''A sentença kafkiana pode ser adaptada às circunstâncias históricas e sociais do Brasil atual: “você está condenado à morte por negligência”.
O clichê de que o Brasil é o país do “jeitinho” e, mais recentemente, da “gambiarra” acoberta o fato infinitamente mais perturbador da “negligência” elevada a Razão de Estado. A teoria da Razão de Estado se refere aos usos e abusos que governantes fazem da Lei em nome da “segurança” do Estado. Ocorre que, em nosso país, a corrupção tornou-se essa espécie de lei, a maior de todas, porque todos (políticos e cidadãos comuns) se fazem soberanos para praticá-la. No mesmo país, o Estado foi reduzido a algo como um “prostíbulo”, um espaço em que a lei é a da exceção, ou do “fora-da-lei” legalizado.
Neste quadro geral, persiste, no entanto, a “cultura” como o modo de vida que desenvolvemos e repetimos diariamente enquanto somos uma sociedade. Certamente poderíamos questionar se ainda nos autorrepresentamos como “sociedade”, mas não há espaço neste artigo para isso. Já quando falamos de “país” não estamos meramente generalizando, mas referindo-nos às condições da cultura partilhada por todos, cuja complexidade da conta a ser paga o será por todos e cada um''.
TEXTO 2
Ao mesmo tempo, em situações de catástrofe, a cultura da negligência espera que haja punidos individualmente. Se a Razão de Estado está em cena sustentando o Estado, nada melhor que haver um único culpado em situações de catástrofe. Se lembrarmos de crimes como o assassinato de Eloá por Lindemberg, da tragédia do Realengo e, por fim, o caso do da boate Kiss de Santa Maria transformada em campo de extermínio em janeiro deste ano, veremos que os poderes instaurados em torno do Estado se esforçam por acusar um indivíduo – ele mesmo culpado, é verdade, mas não o único culpado, não a origem de todo o mal que salva o Estado – e instituições em geral, como, por exemplo, a mídia, em sua responsabilidade com a sociedade. Na cultura da negligência não há esmero em “ler” melhor o livro da sociedade que ajudamos a escrever todos os dias.
Seria fácil repetir o clichê de que “a culpa é do governo”, mas o clichê acobertaria o fato político mais profundo dos interesses individuais da classe governamental contra o povo. O fato biopolítico de que estamos todos condenados à morte, seja por falta de políticas para a educação, a saúde, o trabalho, é mais do que evidente. Como dizia Kafka no texto da Colônia penal, não é preciso conhecer a sentença a qual se é condenado porque ela será inscrita na própria pele. O analfabetismo político é a grande boca que pronuncia essa sentença.
TEXTO 3
Por Fabrício Carpinejar. "Poeta, cronista e louco pela verdade a ponto de mentir"
 Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça.
A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta.
Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa.
A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013.
As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada.
Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa.
Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio.
Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda.
Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência.
Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa.
Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram.
Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo?
O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista.
A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.
Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.
Mais de duzentos e cinquenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.
Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal.
As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso.
Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.
As palavras perderam o sentido.

Texto 4
Tragédia, além do luto, o final dos sonhos de 245 jovens que perderam suas vidas no incêndio da Boate Kiss, na madrugada de sábado, na cidade de Santa Maria. Desespero inominável de cada família, cada amigo, cada um de nós que sente, na perda de cada vítima, uma lesão maior à humanidade como um todo.
Indesculpável a ação dos seguranças em tentar barrar os garotos para que não saíssem sem pagar. Imperdoável a ausência de sinalização das saídas de emergência que condenaram vários a morrer intoxicados nos banheiros. Impossível adjetivar a conduta do(s) proprietário (s) que abriu o lugar sem o Alvará válido.
Mas, como em todos os episódios trágicos, desesperador, para nós pais de adolescentes é verificar a falha do poder público na fiscalização deste estabelecimento. A constatação de que não existe serviço público eficaz a prevenir tais tragédias, pela  ausência de condições  de segurança de tais locais e de fiscalização efetiva da permissão de funcionamento,  nos leva a concluir que somos todos, por omissão, assassinos dos sonhos de nossos filhos.
Choraremos longamente a falta de cada um, nos solidarizaremos com cada família, mas, infelizmente, ainda assim, não aprenderemos a lição de exigir a prestação pública eficiente para evitar novas tragédias. Aguardaremos a prestação jurisdicional para a condenação dos culpados e a indenização pelos danos materiais e morais sofridos pelos familiares, inclusive contra o órgão público responsável, mas, como sempre, seremos sempre surpreendidos por fatos como esse pelo simples fato que não aprendemos a ser cidadãos exigentes de nossos direitos.
E assim, seremos sempre culpados por cada filho nosso perdido!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Explique por que este texto é um editorial. Exponha suas características.

Editorial: Respeitar as biografias

Ouvir o texto
As trajetórias de Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil sem dúvida merecem consideração. Gosto à parte, o valor artístico de suas obras --assim como as de Djavan, Erasmo Carlos e Milton Nascimento-- também é patente. As páginas mais recentes de suas histórias pessoais, contudo, não são dignas da mesma deferência.
Entre outros, esses compositores e cantores nacionais uniram-se ao não menos popular Roberto Carlos em uma cruzada contra as biografias não autorizadas no país.
Juntos, criaram a Procure Saber, associação autoproclamada de defesa dos interesses da classe. Segundo a produtora Paula Lavigne, porta-voz do grupo, um dos objetivos é garantir que esse gênero de livro não seja comercializado sem a autorização prévia do biografado.
Não passa despercebida a ironia na escolha do nome. A Procure Saber luta, sem meias palavras, para impor restrições ao trabalho daqueles que desejam aumentar o conhecimento a respeito de personagens públicos relevantes.
É ainda curioso --e triste-- que artistas censurados e críticos desse "modus operandi" típico das ditaduras pretendam, em plena democracia, tornar-se censores.
Uma biografia, por sua natureza, envolve a divulgação de detalhes nem sempre agradáveis sobre a vida dos biografados. Se o escritor sempre precisar do aval de seus personagens, logo se vê que, nesse gênero literário, os únicos livros publicados serão aqueles assemelhados aos contos de fadas, com protagonistas idealizados.
Pouco adianta a Procure Saber afirmar que só quer proibir a comercialização dessas obras. Dá na mesma: sem remuneração, o trabalho do escritor não é viável. Ou os artistas dariam o exemplo, compondo e cantando de graça?
Reconheça-se que existe uma tensão entre a proteção da honra e da privacidade, de um lado, e da liberdade de expressão e do direito de acesso a informações, de outro. A solução democrática para esse dilema é que as partes atingidas por informações inverídicas recorram ao Judiciário para exigir indenização.
A polêmica se encerraria se o Supremo Tribunal Federal colocasse em pauta ação ajuizada no ano passado pela Associação Nacional dos Editores de Livros.
Se o fizer, a corte poderá deixar claro que os artigos 20 e 21 do Código Civil --que tornam possível proibir a circulação de textos e imagens não autorizadas-- não se aplicam a relatos biográficos, históricos e jornalísticos.
Sem esse julgamento, o Brasil ficará refém da odiosa censura prévia. Um desrespeito à biografia desses cantores --e de tantos outros.

Proposta de Editorial. Maioridade penal.

Escreva um editorial em que você utilize 7 dos itens desta lista

Maioridade penal: mitos e fatos para elevar o nível do debate

1) É inconstitucional.
2) É uma medida inadequada para o combate à violência e à criminalidade.
3) Inimputabilidade não é sinônimo de impunidade.
4) O jovem já é responsabilizado.
5) O número de adolescentes cumprindo medidas socioeducativas é frequentemente superdimensionado.
6) O Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo) ainda não foi devidamente posto em prática nos estados brasileiros.
7) As taxas de reincidência no sistema de atendimento socioeducativo são muito menores que no sistema prisional.
8)O aumento de intensidade da punição não reduz os crimes.
9) As crianças e os adolescentes são as maiores vítimas de violações de direitos.
10) As crianças e os adolescentes são sujeitos de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana e, desde 1990, devem receber a proteção integral prevista pelo ECA.

Leiam na íntegra: http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1430


Neste link, o modo de fazer o editorial
http://www.brasilescola.com/redacao/o-editorial.htm

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Tudo sobre a educação no Brasil. Leia tudo que puder.

JULIA E NATHALIA MONF...AINDA NÃO TERMINEI ESTA PROPOSTA. FAREI AMANHÃ CEDO.




PROPOSTA COM ARTIGO DE OPINIÃO/ ufanismo ?:

Tema UFG: Brasil, país do futuro: ufanismo ou complexo de vira-lata?   

PROPOSTA DE REDAÇÃO UFG/ ARTIGO DE OPINIÃO: Produza um artigo de opinião para uma pesquisa que você tenha feito acerca da atitude do brasileiro em relação ao seu país. Seu artigo será publicado num grande jornal. Portanto, o artigo, com base em dados da realidade e da coletânea, deve analisar o que é para o brasileiro viver no Brasil: motivo de orgulho ou vergonha. VEJA A COLETÂNEA AQUI
http://www.vestibular.ufg.br/estatisticas/2010-2/2%20etapa/cadernoquestao-g1_dia-2.pdf

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Proposta sobre a questão indígena ( meu objetivo: ENEM)


ESTA PROPOSTA VAI EXIGIR MUITO DE VOCÊ: LEITURAS E REFLEXÕES. 
HÁ , INCLUSIVE, UM VÍDEO QUE AJUDARÁ MUITO.

EM TEMPO. COLOCAREI ,AGORA, DIA 9 DE OUTUBRO, UM LINK PARA UM TEXTO DE UMA ANTROPÓLOGA QUE É CONTRÁRIA À POLITICA DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS DOS ÍNDIOS FEITA PELO GOVERNO ATUAL. AÍ VOCÊ ENCONTRARÁ ARGUMENTOS PARA ELABORAR UM TEXTO QUE REIVINDIQUE TERRAS PARA OS ÍNDIOS.

ESCREVA UMA DISSERTAÇÃO NA QUAL VOCÊ SE POSICIONE SOBRE A POSTURA DO GOVERNO ATUAL EM RELAÇÃO À DEMARCAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS.
SABEMOS QUE, NOS GOVERNOS ANTERIORES, HOUVE QUANTIDADE MAIOR DE DEMARCAÇÕES PARA OS ÍNDIOS.
TODAVIA, O CRESCIMENTO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO TEM PESADO NA HORA DE DEMARCAR. É POR ISSO QUE, EM 2013, HOUVE VÁRIAS REBELIÕES DOS ÍNDIOS.
AFINAL, VOCÊ CONCORDA QUE GRANDE QUANTIDADE DE TERRAS SEJA RESERVADA AOS ÍNDIOS? MAS O PROGRESSO DO BRASIL NÃO DEPENDE DO AGRONEGÓCIO?
VOCÊ NÃO CONSEGUIRÁ FAZER A REDAÇÃO SE NÃO LER O SUFICIENTE.
ESTE VÍDEO AJUDA. É LONGO MAS SIGNIFICATIVO. VEJA UM POUCO POR DIA. MAS, ANTES DE VÊ-LO , LEIA TODOS OS TEXTOS AÍ EMBAIXO.
O VÍDEO É ESTE. 
http://www.youtube.com/watch?v=UFeHMy6URbY
 Para a cientista social Daniela Alarcon, vive-se no Brasil uma conjuntura extremamente desfavorável aos povos indígenas, às comunidades tradicionais e aos camponeses. “Setores como o agronegócio ganharam muito espaço no governo Dilma”, diz. Segundo ela, essa é uma das principais razões da não conclusão do processo demarcatório das terras indígenas no sul da Bahia, assim como de outras áreas e da secular não realização da reforma agrária.
Ela se debruça sobre o tema desde 2010, esteve em pesquisa de campo durante quatro meses em 2012, e conta que conheceu todas as áreas retomadas na Serra do Padeiro, entre outras terras indígenas sob litígio. Em março de 2013, Daniela Alarcon concluiu pesquisa de mestrado pela UnB (Universidade de Brasília) sobre as retomadas de terras entre os tupinambás. E alerta: “Vivemos hoje o maior ataque aos direitos indígenas desde a promulgação da constituição de 1988.
A pesquisadora afirma que há favorecimento do agronegócio por trás da demarcação das terras indígenas no sul da Bahia. “Há indícios disso”, aponta. “O governo Jaques Wagner (PT-BA), por exemplo, tem se apresentado como um interlocutor constante, e muitas vezes, o que é bizarro, como porta-voz da elite regional do sul da Bahia. Está evidente a opção pelo agronegócio, pelo setor hoteleiro, em detrimento dos direitos indígenas.”
Em reportagem recente da Agência Brasil, Wagner argumenta que seu governo se preocupa com pequenos agricultores. “Não se trata de grandes latifundiários, mas várias famílias que estão na terra há até 80 anos, plantando e sobrevivendo, e essas famílias muitas vezes não têm para onde ir", afirmou. Confira a seguir trechos da entrevista que Daniela Alarcon concedeu à Revista do Brasil, para reportagem sobre o tema que estará na edição de outubro

Você aborda esse suposto movimento anti-indígena em sua pesquisa?
Sim, chamo de “frente contra a demarcação”, os indígenas e outros setores defendem fortemente a necessidade de pagar o quanto antes as indenizações aos ocupantes não-índios que têm direito, isso distenderia imensamente o conflito. E o governo Wagner “opina” contra e aponta para a judicialização do processo.
Mas então a preocupação do governo com os pequenos agricultores não é legítima?
Claro que há os pequenos, e por isto este caso é tão complicado, mas há grandes, há netos e bisnetos de coronéis de cacau. Mas estão tentando caracterizar, por isso, a demarcação como um "trauma", e não como o reconhecimento de um direito originário, previsto na Constituição, como uma oportunidade de fazer justiça histórica.
Essa lentidão na conclusão da demarcação é ilegal, afinal, os prazos já expiraram?
Sim, o processo de demarcação de Terras Indígenas é regulamentado pelo decreto 1.775/96, e é bastante claro quando estabelece prazos máximos para cada uma das etapas do processo, do começo ao fim. Então tem lá: x dias para que o grupo de trabalho elabore o relatório, x dias para que a funai faça isso, x dias para que o MJ faça aquilo. Mas a Funai, o MJ, a Presidência da República desrespeitam sistematicamente esses prazos. É gritante: o decreto fala lá em 30, 60 dias para determinadas etapas, que acabam se estendendo por anos. O MPF propôs uma ação civil pública responsabilizando o estado pela omissão e abusiva demora.
Você acredita que essa lentidão pode ter alguma relação com a PEC 215?
Certamente. Essa é a leitura que fazemos. uma série de medidas administrativas e propostas legislativas buscam retroceder, retirando direitos constitucionalmente garantidos, sobretudo, o direito ao território, a PEC 215 vai nessa direção. Nesse quadro, recentemente, o governo federal determinou a paralisação de processos de demarcação de TIs em curso. Isso infelizmente nos leva a crer que, se o governo não age para garantir os direitos indígenas hoje, é por que aguarda que se consumam essas alterações, que tornariam muito mais difícil, talvez impossível, a demarcação. Esse pedido foi feito pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Quais os argumentos apresentados por ela?
Ela utiliza os típicos argumentos da bancada ruralista, alega que o procedimento demarcatório é "falho", que a Funai age "interessadamente" (seja lá o que for isso), que é preciso pensar no "desenvolvimento", que é preciso ouvir todos os "interessados", envolvendo a Embrapa, o Ministério da Agricultura.
E as ações chamadas de retomada dos índios também não são ilegais?
As retomadas de terras costumam ser qualificadas pelos setores anti-indígenas como ações ilegais e ilegítimas, como "invasões". Na verdade, elas são a principal forma de ação política desenvolvida contemporaneamente pelos tupinambás. São condição essencial para a construção, pelos indígenas, de projetos de vida autônoma. Retomando fazendas, eles tornaram-se capazes de deixar as posições de subordinação que ocupavam na sociedade regional (inclusive desempenhando trabalho escravo, em alguns casos) e de voltar a se dedicar às atividades que desenvolviam tradicionalmente, como agricultura em pequena escala, criação de animais, caça, pesca e coleta. Entendo que tal processo permite, ainda, a manutenção e o fortalecimento de sua identidade e de seus laços sociais e territoriais.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1295478-entenda-demarcacoes-de-terras-indigenas-e-conflito-com-proprietarios-rurais.shtml

http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/06/brasil-tem-672-terras-indigenas-entenda-como-funciona-demarcacao.html


http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI255301-15228,00.html


texto da antropóloga

http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/10/1350913-manuela-carneiro-da-cunha-a-constituicao-esta-em-perigo.shtml

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Gerenciamento de água. Tema antigo mas rico. Pode ser solicitado.

http://www.cbcs.org.br/sushi/images/sura_pdf/sem%20agua%2012-08-2010%20-%20Rodolfo%20Scarati.pdf

Proposta de carta. Organizações brasileiras entregam carta à Dilma pedindo suspensão do leilão do pré-sal


Na tarde desta sexta-feira (20), foi protocolada no Palácio do Planalto uma carta à presidenta Dilma assinada por mais de 80 organizações nacionais. Na carta, elas pedem a suspensão do leilão das reservas do pré-sal, previsto para o próximo dia 21 de outubro.
As organizações que subscrevem a carta tem consciência da intenção das empresas transnacionais de se apoderarem das reservas do pré-sal. “A entrega para essas empresas fere o princípio da soberania popular e nacional sobre a nossa mais importante riqueza natural que é o petróleo”, afirmam.
Para elas, o leilão representará um erro estratégico e significará a privatização de parte importante do petróleo brasileiro.
Com estimativa de 12 bilhões de barris de óleo de qualidade comprovada em uma das áreas mais estratégicas já descobertas pela Petrobras, o campo de Libra está situado na Bacia de Santos.
Ainda na carta, as organizações denunciam a espionagem dos Estados Unidos, com o claro interesse de posicionar as empresas estadunidenses em melhores condições para abocanhar as reservas do pré-sal.
A decisão pelo envio da carta à presidenta Dilma foi tomada durante a Plenária Nacional sobre o Petróleo, realizada na semana passada (13), em São Paulo. Além da carta, o conjunto das organizações definiu uma agenda de mobilizações para barrar a entrega do campo de Libra às transnacionais e solicita uma audiência para serem ouvidos pela Presidenta da República.
Leia a carta abaixo.
Brasil, 20 de setembro de 2013
Excelentíssima Senhora
Dilma Vana Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
Palácio do Planalto- Brasília, DF.
Senhora Presidenta,
1. Nós, entidades representativas, centrais sindicais, associações, movimentos sociais, militantes partidários e cidadãos, imbuído da vontade de defender os interesses da soberania da nação brasileira e de nosso povo, sobre os nossos recursos naturais, em especial o petróleo, nos dirigimos a V. Exa., para pedir que SUSPENDA o leilão das reservas do PRÉ-SAL, previsto para o próximo dia 21 de outubro de 2013.
2. Louvamos a iniciativa do então Presidente Lula, que no momento da confirmação da existência das reservas do Pré-sal, retirou 41 blocos do nono leilão, que iria ocorrer naquela ocasião.
Ao fazê-lo, sabemos, o presidente contrariou fortes interesses, pois as empresas petrolíferas transnacionais, já prevendo a existência de grandes reservas na região, tinham a intenção de fechar contratos de 30 anos de duração. Seriam atos jurídicos perfeitos, em condições benéficas para elas e prejudiciais para a sociedade brasileira. A decisão do presidente Lula preservou os interesses nacionais, naquele momento.
3. Posteriormente, foi elaborado um novo marco regulatório para o setor do petróleo, no qual Vossa Excelência jogou importante papel ainda como Ministra. Consideramos que o novo modelo é muito melhor sob a ótica do benefício social que o modelo das concessões adotado e praticado no governo FHC.
4. Estamos convencidos, por outro lado, que o caso do campo de Libra é particular e que o mesmo não pode ser leiloado mesmo através desse modelo de partilha adotado para as áreas do Pré-Sal.
A área de exploração de Libra não é um bloco, no qual a empresa petrolífera irá procurar petróleo. Libra é um reservatório totalmente conhecido, delimitado e estimado em seu potencial de reservas em barris, faltando apenas cubar o petróleo existente com maior precisão. Como já foi dado a público, o campo de Libra possui no mínimo, dez bilhões de barris, uma das maiores descobertas mundiais dos últimos 20 anos.
5. O desafio colocado diante de um volume tão grande de petróleo conhecido é o de como maximizar esse benefício para toda sociedade brasileira. Os legisladores que, junto com membros do Executivo federal, produziram a lei 12.351 de 2010, deram uma brilhante demonstração de lucidez ao redigirem o artigo 12 desta lei. Através deste artigo, a União pode entregar um campo, sem passar por licitação, diretamente para a Petrobras, a qual assinaria um contrato de partilha com a União, com o percentual do “óleo-lucro” a ser remetido para o Fundo Social obtido por definição do governo.
6. Pleiteamos que, no caso das reservas de Libra, o percentual seja bem alto, para beneficiar ao máximo a sociedade. Mas, lembramos isso só pode ser feito se a Petrobras for a empresa contratada pela União.
7. Não basta definir parâmetros no edital e no contrato para maximizar as remessas das empresas “ganhadoras” para o Tesouro e o Fundo Social. Não houve qualquer explicação da ANP, nem de argumentação nem no Edital, que justifique esse leilão do ponto de vista dos interesses do povo.
Ao contrário, a Resolução n. 5 do CNPE que decide sobre o leilão de Libra é um libelo de prepotência e autoritarismo.
Qual a razão para que nem o MME, o CNPE, a ANP ou a EPE, nenhum destes órgãos ter dado acesso ao público de documentos explicando a perspectiva de descobertas, quanto será destinado para o abastecimento brasileiro e quanto deverá ser exportado?
8. Essas dúvidas não foram esclarecidas em audiências públicas que competia à ANP proporcionar para que a sociedade se manifestasse.
Assim, mesmo entre técnicos e especialistas, ninguém pode ter noção de qual a base de cálculo para chegar-se a um preço mínimo previsto de arrecadação de R$ 15 bilhões e qual o percentual de óleo lucro a ser remetido para o Fundo Social.
A ANP evitou receber opiniões mesmo dos setores sociais como sindicatos, associações e universidades, vinculados ao tema da energia e do petróleo. De nossa parte propomos que o Ministério das Minas e Energia organize uma consulta aos técnicos e entidades brasileiras que permita a confrontação de informações no tocante à legislação e ao destino do petróleo do Pré-sal.
9. Todos nós temos consciência da intenção das empresas transnacionais de apoderarem-se das reservas do Pré-sal. A entrega para essas empresas fere o principio da soberania popular e nacional sobre a nossa mais importante riqueza natural que é o petróleo.
10. Os recentes episódios de espionagem patrocinada pelo governo dos Estados Unidos da América no Brasil, que receberam uma posição altaneira e de exigência de explicações por parte de vosso governo, Presidente Dilma, se deram não apenas sobre a vossa pessoa e governo, mas inclusive, como é público e notório, sobre a Petrobras, com o claro interesse de posicionar as empresas estadunidenses em melhores condições para abocanhar as reservas do Pré -sal, numa clara afronta já soberania da nação e num total desrespeito às prerrogativas exclusivas do Estado e governo brasileiros neste terreno.
11. Presidente Dilma, a senhora mesmo afirmou sua disposição de “ouvir as vozes das ruas”.
O povo brasileiro, que há 60 anos protagonizou a campanha “o petróleo é nosso”, que resultou na construção da Petrobras, não pediu e não aceita a entrega de nosso petróleo para as transnacionais que querem pilhar esse recurso vital para o desenvolvimento socioeconômico em benefício da grande maioria do nosso povo.
Afirmamos, de nossa parte, que não descansaremos na luta em defesa do petróleo brasileiro e do Pré-sal nas mãos e em benefício de nosso povo. Se qualquer dúvida houver sobre a opinião popular, a senhora, com presidente da República Federativa do Brasil, tem o poder de convocar um plebiscito para que o povo decida quem deve explorar as riquezas do Pré-sal e qual deve ser o seu destino.
São essas as razões que nos levaram a redigir esta carta à Vossa Exa. reivindicando fortemente que a senhora SUSPENDA A REALIZAÇÃO DO LEILÃO DO PETRÓLEO DO CAMPO DE LIBRA, previsto para o próximo dia 21 de outubro.
Presidenta ouça as mensagens das organizações. Nossa proposta é que a exploração do campo de Libra seja entregue unicamente à PETROBRAS, como permite o artigo 12 da lei 12.351.
Estamos prontos para contribuir com nossas reflexões, experiências, criatividade e capacidade. Queremos ser ouvidos, para evitar que o poder econômico seja ouvido em primeiro lugar.
Ficaríamos honrados de ser recebido em audiência pela Vossa pessoa, presidenta Dilma Rousseff, para discutirmos diretamente as razões que nos levam a esse posicionamento, certos de que é uma solução conforme com os interesses da soberania nacional e do povo brasileiro.
Atenciosamente,
1) Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB)
2) Articulação dos Empregados Rurais do Estado de Minas Gerais (ADERE)
3) Assembleia Popular
4) Assembleia Popular – Osasco
5) Assembleia Popular – Paraíba
6) Associação Brasileira de ONG’s (ABONG)
7) Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal (ABEEF)
8) Associação Comunitária de Construção das Mulheres de Itaquera IV
9) Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)
10) Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG)
11) Central de Movimentos Populares (CMP)
12) Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB)
13) Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB)
14) Central Única dos Trabalhadores (CUT)
15) Clube de Engenharia do Brasil
16) Coletivo Nacional de Juventude Negra – ENEGRECER
17) Coletivo Quilombo
18) Comissão Pastoral da Terra (CPT)
19) Confederação das Mulheres do Brasil (CMB)
20) Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM)
21) Conselho Indigenista Missionário (CIMI )
22) Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB)
23) Consulta Popular
24) Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS– PR)
25) Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS)
26) Coordenação Nacional de Articulação das Entidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ)
27) Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN)
28) Entidade Nacional de Estudantes de Biologia (ENEBIO)
29) Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB)
30) Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo (FTIUESP)
31) Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (FISENGE)
32) Federação Nacional dos Urbanitários (FNU)
33) Federação Única dos Petroleiros (FUP)
34) Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES)
35) Frente de Lutas de Juiz de Fora
36) Grito dos Excluídos
37) Jubileu Sul
38) Juventude Revolução
39) Levante Popular da Juventude
40) Marcha Mundial das Mulheres
41) Movimento Camponês Popular (MCP)
42) Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE)
43) Movimento de Mulheres Camponesas (MMC)
44) Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
45) Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
46) Movimento dos Pescadores e Pescadoras (MPP)
47) Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD)
48) Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo (MTC)
49) Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
50) Movimento Nacional pela Soberania Popular frente a Mineração(MAM)
51) Movimento Reforma Já
52) Pastoral da Juventude Rural (PJR)
53) Pastoral Da Moradia
54) Pastoral Do Migrante
55) Pastoral Fé e Política de Jundiaí
56) Pastoral Fé e Política de Salto – SP
57) Pastoral Fé e Política de Várzea Paulista – SP
58) Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política
59) Plataforma Operária e Camponesa para Energia
60) Rede Ecumênica da Juventude (REJU)
61) Rede Fale
62) Rede Nacional de Advogados Populares (RENAP -CE)
63) Sindicato dos Advogados de São Paulo (SASP – SP)
64) Sindicato dos Energéticos do Estado de São Paulo (SINERGIA –SP)
65) Sindicato dos Engenheiros (SENGE – PR)
66) Sindicato dos Petroleiros da Indústria do Petróleo de Pernambuco e Paraíba.
67) Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias (Sindipetro Caxias)
68) Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro MG)
69) Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí
70) Sindicato dos Petroleiros do Espirito Santo (Sindipetro ES)
71) Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (SINDIPETRO RJ)
72) Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF)
73) Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande (Sindipetro/RG)
74) Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (SINDIPETRO RN)
75) Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (SINDIPETRO RS)
76) Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (SINDIBEL – MG)
77) Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC – PR)
78) Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente ( SINTAEMA – SP)
79) Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná.
80) Sindicato Unificado dos Petroleiros da Bahia (SINDIPETRO BA)
81) Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (SINDIPETRO – SP)
82) Sindicato Unificado dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (SINDIPETRO PRSC)
83) Sindicatos dos Eletricitários de Minas Gerais (SINDIELETRO/MG)
84) Sindicatos dos Eletricitários de Santa Catarina (SINERGIA/SC)
85) Sindicatos dos Eletricitários do Distrito Federal (STIU/DF)
86) União de Negros pela Igualdade (UNEGRO)
87) União Nacional dos Estudantes (UNE)

Distopias da Literatura


http://www.universodosleitores.com/2013/04/top-universo-distopias-da-literatura.html

sábado, 21 de setembro de 2013

Gustavo Ioschpe: devo educar meus filhos para serem éticos?

A educação não deve se basear em culpa nem em desculpas, mas em responsabilidade, ou seja, numa vida ética!
Gustavo Ioschpe: devo educar meus filhos para serem éticos?
Gustavo Ioschpe na Veja

HANNAH ARENDT - “Os maiores males não se devem àquele que tem de confrontar-se consigo mesmo. Os maiores malfeitores são aqueles que não se lembram porque nunca pensaram na questão” (Getty Images)

Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, saía de casa para a escola numa manhã fria do inverno gaúcho. Chegando à portaria, meu pai interfonou, perguntando se eu estava levando um agasalho. Disse que sim. Ele me perguntou qual. “O moletom amarelo, da Zugos”, respondi. Era mentira. Não estava levando agasalho nenhum, mas estava com pressa, não queria me atrasar.

Voltei do colégio e fui ao armário procurar o tal moletom. Não estava lá, nem em nenhum lugar da casa. Gelei. À noite, meu pai chegou em casa de cara amarrada. Ao me ver, tirou da pasta de trabalho o moletom. E me disse: “Eu não me importo que tu não te agasalhes. Mas, nesta casa, nesta família, ninguém mente. Ponto. Tá claro?”. Sim, claríssimo. Esse foi apenas um episódio mais memorável de algo que foi o leitmotiv da minha formação familiar. Meu pai era um obcecado por retidão, palavra, ética, pontualidade, honestidade, código de conduta, escala de valores, menschkeit (firmeza de caráter, decência fundamental, em iídiche) e outros termos que eram repetitiva e exaustivamente martelados na minha cabeça. Deu certo. Quer dizer, não sei. No Brasil atual, eu me sinto deslocado.

Até hoje chego pontualmente aos meus compromissos, e na maioria das vezes fico esperando por interlocutores que se atrasam e nem se desculpam (quinze minutos parece constituir uma “margem de erro” tolerável). Até hoje acredito quando um prestador de serviço promete entregar o trabalho em uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu atraso, “veja bem”, “imprevistos acontecem” etc. Fico revoltado sempre que pego um táxi em cidade que não conheço e o motorista tenta me roubar. Detesto os colegas de trabalho que fazem corpo mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos que o devido. Tenho cada vez menos visitado escolas públicas, porque não suporto mais ver professores e diretores tratando alunos como estorvos que devem ser controlados. Isso sem falar nas quase úlceras que me surgem ao ler o noticiário e saber que entre os governantes viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez.

Sócrates, via Platão (A República, Livro IX), defende que o homem que pratica o mal é o mais infeliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno, em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrado a alguém (sua própria consciência!) onisciente que o condena. Com o devido respeito ao filósofo de Atenas, nesse caso acredito que ele foi excessivamente otimista. Hannah Arendt me parece ter chegado mais perto da compreensão da perversidade humana ao notar, nos ensaios reunidos no livro Responsabilidade e Julgamento, que esse desconforto interior do “pecador” pressupõe um diálogo interno, de cada pessoa com a sua consciência, que na verdade não ocorre com a frequência desejada por Sócrates. Escreve ela: “Tenho certeza de que os maiores males que conhecemos não se devem àquele que tem de confrontar-se consigo mesmo de novo, e cuja maldição é não poder esquecer. Os maiores malfeitores são aqueles que não se lembram porque nunca pensaram na questão”. E, para aqueles que cometem o mal em uma escala menor e o confrontam, Arendt relembra Kant, que sabia que “o desprezo por si próprio, ou melhor, o medo de ter de desprezar a si próprio, muitas vezes não funcionava, e a sua explicação era que o homem pode mentir para si mesmo”. Todo corrupto ou sonegador tem uma explicação, uma lógica para os seus atos, algo que justifique o porquê de uma determinada lei dever se aplicar a todos, sempre, mas não a ele(a), ou pelo menos não naquele momento em que está cometendo o seu delito.

Cai por terra, assim, um dos poucos consolos das pessoas honestas: “Ah, mas pelo menos eu durmo tranquilo”. Os escroques também! Se eles tivessem dramas de consciência, se travassem um diálogo verdadeiro consigo e seu travesseiro, ou não teriam optado por sua “carreira” ou já teriam se suicidado. Esse diálogo consigo mesmo é fruto do que Freud chamou de superego: seguimos um comportamento moral porque ele nos foi inculcado por nossos pais, e renegá-lo seria correr o risco da perda do amor paterno.

Na minha visão, só existem, assim, dois cenários em que é objetivamente melhor ser ético do que não. O primeiro é se você é uma pessoa religiosa e acredita que os pecados deste mundo serão punidos no próximo. Não é o meu caso. O segundo é se você vive em uma sociedade ética em que os desvios de comportamento são punidos pela coletividade, quer na forma de sanções penais, quer na forma do ostracismo social. O que não é o caso do Brasil. Não se sabe se De Gaulle disse ou não a frase, mas ela é verdadeira: o Brasil não é um país sério.

Assim é que, criando filhos brasileiros morando no Brasil, estou às voltas com um deprimente dilema. Acredito que o papel de um pai é preparar o seu filho para a vida. Essa é a nossa responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem, com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real. E acredito que a ética e a honestidade são valores axiomáticos, inquestionáveis. Eis aí o dilema: será que o melhor que poderia fazer para preparar meus filhos para viver no Brasil seria não aprisioná-los na cela da consciência, do diálogo consigo mesmos, da preocupação com a integridade? Tenho certeza de que nunca chegaria a ponto de incentivá-los a serem escroques, mas poderia, como pai, simplesmente ser mais omisso quanto a essas questões. Tolerar algumas mentiras, não me importar com atrasos, não insistir para que não colem na escola, não instruir para que devolvam o troco recebido a mais...

Tenho pensado bastante sobre isso ultimamente. Simplesmente o fato de pensar a respeito, e de viver em um país em que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício da paternidade, já é causa para tristeza. Em última análise, decidi dar a meus filhos a mesma educação que recebi de meu pai. Não porque ache que eles serão mais felizes assim - pelo contrário -, nem porque acredite que, no fim, o bem compensa. Mas sim porque, em primeiro lugar, não conseguiria conviver comigo mesmo, e com a memória de meu pai, se criasse meus filhos para serem pessoas do tipo que ele me ensinou a desprezar. E, segundo, tentando um esboço de resposta mais lógica, porque sociedades e culturas mudam. Muitos dos países hoje desenvolvidos e honestos eram antros de corrupção e sordidez 100 anos atrás. Um dia o Brasil há de seguir o mesmo caminho, e aí a retidão que espero inculcar em meus filhos (e meus filhos em seus filhos) há de ser uma vantagem, e não um fardo. Oxalá.

domingo, 15 de setembro de 2013

Perigosa Intolerância


Recentemente, em “Avenida Brasil” – brilhante novela
de João Emanuel Carneiro – era possível acompanhar uma
trama que unia dois homens e uma mulher, e outra que
abordava o casamento entre um homem e três mulheres.
Neste segundo caso, com direito a vestidos nas noivas e
beijos enfileirados lado a lado. Esse fato não provocou o
menor alvoroço na sociedade como causa a manifestação
de afeto entre duas pessoas do mesmo sexo.
Paradoxalmente, por algum critério de moralismo seletivo,
o tal “beijo gay” ainda continua sendo um tabu.
Sou casado há 17 anos. Uma relação pública abençoada
por toda nossa família. É importante ressaltar que
casamento civil nada tem a ver com nenhuma cerimônia
religiosa. A definição de casamento, segundo o Código
Civil, art. 1511: “O casamento estabelece comunhão plena
de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos
cônjuges”.
Por que, afinal, as pessoas querem se casar? Porque
em nosso país cidadãos que se unem para dividir uma vida
em comum só têm a ampla proteção, em direitos e
deveres, se realizado o casamento civil, estabelecido no
Código Civil. O ministro Luiz Felipe Salomão, do STJ, em
decisão sobre casamento civil, declarou em seu voto: “Com
efeito, se é verdade que o casamento civil é a forma pela
qual o Estado melhor protege a família, e sendo múltiplos
os ‘arranjos’ familiares reconhecidos pela Carta Magna,
não há de ser negada essa via a nenhuma família que por
ela optar, independentemente da orientação sexual dos
partícipes, uma vez que as famílias constituídas por pares
homoafetivos possuem os mesmos núcleos, a dignidade
das pessoas de seus membros e o afeto”.
No último dia 6, a coluna de um jornalista noticiou que
uma conversão de união estável em casamento entre duas
pessoas do mesmo sexo na cidade fluminense de Sapucaia
deve sofrer represália de um grupo religioso que promete
uma passeata contra a união e já roda um abaixo‐assinado
para tentar anular a decisão. É muito perigoso esse nível
de intolerância e interferência na vida dos outros que tem
acontecido no Brasil. Pessoas têm se unido para fazer com
que as regras da sua religião sejam impostas à sociedade,
mesmo aos que não comungam de sua fé.
Reconheço que não vejo a comunidade judaica
organizar‐se para impor suas regras e viabilizar um projeto
de lei que proíba o consumo de carne de porco no país ou
para que tenhamos de respeitar o shabat. Não vejo a
comunidade muçulmana se organizar para criar uma lei
onde todos têm de se ajoelhar para Meca ao meio‐dia. Por
que então algumas pessoas “em nome” de determinadas
religiões tentam impor seu Deus e suas regras a toda uma
sociedade? Não preciso ser negro para lutar contra o
racismo. Não preciso ser judeu para lutar contra o
antissemitismo. E você não precisa ser homossexual para
lutar contra a homofobia.
(Carlos Tufvesson. O Globo)