CONHECIMENTOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
O matemático americano Salman Khan, ou Sal, tornou-se o mais bem-sucedido professor de todos os tempos sem nenhuma base teórica na área da pedagogia nem trânsito no mundo dos especialistas em
educação. Aos 36 anos, ele nunca chegou a demonstrar ambição de se converter em um grande pensador da sala de aula, mas vem se firmando como alguém com um olhar muito pragmático e ácido sobre a escola. Sal
não muda o tom em seu recém-lançado The One World Schoolhouse: Education Reimagined, best-seller nos Estados Unidos, com chegada ao Brasil prevista para janeiro com o título Um Mundo, uma Escola (...).
Preservando o estilo coloquial e ao mesmo tempo assertivo de suas aulas – já vistas 200 milhões de vezes na rede –, ele expõe pela primeira vez de forma mais organizada suas descobertas sobre o aprendizado. Incentivado pelos colegas do Vale do Silício, onde fincou sua Khan Academy,
Até arrefeceu um pouco o ritmo frenético com que produz conteúdo áreas do conhecimento – algo que parecia impossível para quem o conhece bem – para concluir o texto sobre o qual se debruçou por dois anos.
“Não tenho a pretensão dos grandes teóricos, mas uma experiência concreta que sinaliza para uma escola menos chata”, resume a VEJA o entusiasmado Sal.
O mérito número 1 desse jovem matemático que coleciona ainda graduações em ciências da
computação e engenharia elétrica e uma passagem pelo mercado financeiro é mostrar que a transformação
da escola – ainda baseada no velho modelo prussiano do século XVIII – não requer nada de muito mirabolante nem tão dispendioso. Sal é, acima de tudo, um defensor do bom-senso. Ele indaga: “Se todas as pesquisas da neurociência já provaram que as pessoas perdem a concentração em longas palestras, por que
a aula-padrão é expositiva e leva uma hora?”. Suas lições virtuais não passam de vinte minutos. Sal se declara ainda contra a falta de ambição acadêmica, uma das raízes do fracasso escolar. “O aprendizado de
hoje é como um queijo suíço, cheio de buracos, e isso é estranhamente tolerado. Os alunos mudam de capítulo sem ter assimilado o anterior, dispara com o mesmo ímpeto com que combate a monotonia da sala de aula. “Enquanto o mundo requer gente criativa e com alta capacidade inovadora, o modelo vigente reforça reforça a passividade”, diz.
Uma de suas grandes contribuições é mostrar como a tecnologia pode revirar velhas convicções sobre a escola, área em que ainda paira uma zona de sombra – inclusive no Brasil. As iniciativas nesse campo costumam se limitar a prover acesso a computadores e tablets sem que se faça nada de verdadeiramente útil, muito menos revolucionário, com eles. Sal aponta dois caminhos. O primeiro requer bons professores para lançar na rede conteúdo do mais alto nível para ser visto de qualquer lugar e no ritmo de cada um. De tão
simples parece banal, mas ele reforça que pode estar aí a chave para um novo tipo de escola: “A criança assiste em casa à melhor aula possível, e o tempo na escola passa a ser usado de forma muito mais produtiva, para dúvidas e projetos intelectualmente desafiantes”, explica. O outro caminho descortinado por
ele passa pela possibilidade que o computador traz de monitorar o desempenho dos alunos em tempo real – algo que, se bem aplicado, pode se converter em uma ferramenta valiosa. O próprio Sal desenvolveu um
programa que permite ao professor visualizar o desempenho do aluno no instante exato em que ele resolve os desafios propostos no site da Khan Academy. (...)
(BUTTI, Nathália. “Abaixo a chatice na sala de aula”. Veja. São Paulo: Editora Abril, 05 dez. 2012, p. 158-60.)
SEEDUC - Secretaria de Estado de Educação
PROVA OBJETIVA
1) Na passagem “... Até arrefeceu um pouco...”, a forma verbal presente tem como antônimo:
a) esfriou
b) abrandou
c) estimulou
d) prejudicou
e) desanimou
2) No trecho “... o mais bem-sucedido professor de todos os tempos...” é possível reconhecer o emprego
adequado do:
a) comparativo analítico
b) superlativo de totalidade
c) superlativo absoluto sintético
d) comparativo de superioridade
e) superlativo relativo de superioridade
3) Nos sintagmas abaixo, a mudança de posição dos termos provoca alteração de sentido, EXCETO em:
a) “... velho modelo...”
b) “... ritmo frenético...”
c) “... grande pensador...”
d) “... jovem matemático...”
e) “... matemático americano...”
4) A passagem do texto em que se pode perceber o emprego de uma figura de linguagem é:
a) “... O aprendizado de hoje é como um queijo suíço...”
b) “.... Sal é, acima de tudo, um defensor do bom-senso...”
c) “... o tempo na escola passa a ser usado de forma muito mais produtiva...”
d) “... Preservando o estilo coloquial e ao mesmo tempo assertivo de suas aulas...”
e) “... O primeiro requer bons professores para lançar na rede conteúdo do mais alto nível...”
5) A oração “... sem que se faça nada de verdadeiramente útil, muito menos revolucionário, com eles...”
apresenta valor semântico de:
a) condição
b) finalidade
c) proporção
d) concessão
e) consequência
6) Considere o trecho a seguir: “...“A criança assiste em casa à melhor aula possível, e o tempo na escola
passa a ser usado de forma muito mais produtiva, para dúvidas e projetos intelectualmente desafiantes”,
explica...”.
Segundo o autor, “casa” e “escola” estabelecem relação de:
a) complementaridade
b) incompatibilidade
c) mecanicidade
d) reduplicação
e) introjeção
7) O gênero textual Ata apresenta como traço característico a:
a) dispensa de assinatura
b) ausência de paragrafação
c) ordenação psicológica dos fatos
d) predominância de argumentação
e) obrigatoriedade da escritura à mão
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